quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A questão da Piracema e o programa de Psicultura

        O período da piracema é fundamental para a reposição das espécies que vivem nos rios, barragens e represas do Estado. Os peixes de piracema também são conhecidos como peixes migradores e chegam a nadar centenas de quilômetros em poucos dias.



A palavra piracema é de origem tupi e significa "subida do peixe". Refere-se ao período em que os peixes buscam os locais mais adequados para desova e alimentação. O fenômeno acontece todos os anos, coincidindo com o início do período das chuvas, entre os meses de novembro e fevereiro. Ao fim desta época, as lagoas existentes às margens dos rios perdem contato com o curso d'água e as ovas ficam detidas. Nesses locais, as chances de sobrevivência dos alevinos (filhotes) são maiores, pois as águas são ricas em alimentos. Com as novas chuvas, as lagoas voltam a se conectar ao rio. Um dos métodos usados nas usinas hidrelétricas é escada/elevador de peixes. 


        Na Usina Bernardo Mascarenhas de Três Marias não há a “escada/elevador para peixes”, pois quando ela foi construída não se tinha a mentalidade que se tem atualmente dos impactos ambientais que isso causaria, no caso a represa impede a piracema. Esse fator contribui para a redução de peixes no grande rio, o que ocorre devido a dificuldade dos peixes de subirem o mesmo. 

        A solução encontrada foi um programa de piscicultura, que passou a ser desenvolvido na região pela CODEVASF, que consiste basicamente em produção e distribuição de alevinos e soltura dos mesmos no Grande Lago da represa de Três Marias, bem como em outros trechos. 

A reportagem seguinte traz as informações de como são realizados os peixamentos pela CODEVASF. 

“         BELO HORIZONTE (10/10/07) – A Cemig deu início, nesta quarta-feira (10), a mais dois peixamentos no rio Pará, afluente do São Francisco. A abertura da temporada de soltura de peixes na Bacia do São Francisco começou na semana passada, com eventos em Bom Despacho e no reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias. Foram soltos mais de 32 mil alevinos, o que representa quase 1,5 tonelada de peixes. Estão previstos outros quatro, superando o número de 130 mil alevinos em apenas um mês no São Francisco e seus afluentes. 

        Em Bom Despacho, foram soltos 20,5 mil espécies de curimatã-pacu e piau-verdadeiro (com uma biomassa de 670 kg) nos rios São Francisco, Lambari e Picão. A Praia do Povo, em Três Marias, recebeu 11.550 alevinos de matrinxã, com um total de 780 kg, pelas mãos de cerca de 600 estudantes, além de representantes dos pescadores, do poder público, órgãos ambientais, e do Consórcio dos Municípios do Lago de Três Marias. 

        Mais dois eventos estão programados para o reservatório da Usina de Três Marias, nos municípios de Felixlândia, dia 17, e de Morada Nova de Minas, dia 19. No dia 26, é a vez do reservatório da Usina de Cajuru, em Cláudio, e, no dia 31, acontece no rio Pandeiros, em Januária. 

        A previsão é que a Cemig, em convênio com a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), responsável pela estação de piscicultura de Três Marias, terá soltado 280 mil alevinos de curimatã-pacu, piau verdadeiro, matrinxã, surubim, pacamã e dourado, na Bacia do São Francisco, só este ano. 

        Segundo o coordenador do Programa Peixe Vivo da Cemig, Newton Prado, os peixamentos serão interrompidos no final de novembro e retomados em fevereiro, para a produção de mais alevinos. Newton lembra que os eventos acontecem nesta época do ano, porque os peixes começam a subir os rios para desovar na piracema, mas a quantidade de alevinos produzidos depende de fatores, como temperatura e quantidade de chuvas. ” 

0 comentários:

Postar um comentário